Cadu Barbosa
Tecnologia e Desenvolvimento

Tendências e Ferramentas Tecnológicas Emergentes em 2025-2026: Imersão em Cibersegurança, Dados e Infraestrutura Cloud.

2025: O Ano da Infraestrutura Otimizada e da IA Agêntica

O ano de 2025 marca um ponto de inflexão no panorama tecnológico, onde a infraestrutura em nuvem, outrora uma vantagem competitiva, solidifica-se como o motor invisível e fundamental que suporta grande parte da internet global. O mercado de computação em nuvem continua a crescer de forma exponencial, com projeções indicando que o gasto público em nuvem atingirá cerca de US$ 723,4 bilhões, um aumento significativo em relação aos US$ 595,7 bilhões registrados em 2024. Esse crescimento colossal impõe aos hiperescalares — Amazon Web Services (AWS), Microsoft Azure, Google Cloud (GCP) e Oracle Cloud Infrastructure (OCI) — o imperativo de focar não apenas na escala, mas na eficiência e na otimização de custo para os clientes.

Contexto de Mercado e Imperativos de 2025

A complexidade da infraestrutura digital foi amplificada pela adoção generalizada da estratégia Multicloud. Estudos indicam que entre 85% e 97% das organizações utilizam atualmente pelo menos dois provedores de nuvem. Essa realidade impulsionou uma demanda por soluções que simplifiquem a orquestração de recursos, o gerenciamento de custos e, crucialmente, a interoperabilidade entre ambientes tradicionalmente isolados.

O Catalisador da Transformação: A IA Generativa e a Ascensão dos Agentes Autônomos

Se a nuvem fornece a base, a Inteligência Artificial Generativa (GenAI) é o motor da transformação de valor em 2025. A adoção de GenAI por empresas deu um salto, passando de 33% em 2023 para uma faixa de 65% a 71% em 2025, com a tecnologia sendo empregada, em média, em duas áreas funcionais distintas. Inicialmente vista como uma ferramenta de corte de custos operacionais (otimização de suporte ao cliente ou assistência à codificação), a GenAI está agora sob pressão para se consolidar como um vetor de criação de valor e novos modelos de negócio sustentáveis.

Central a esta evolução é a ascensão dos Agentes de IA, que emergem como atores autônomos na execução de tarefas complexas. Provedores de nuvem responderam a essa demanda com funcionalidades específicas, como o Google Agentspace (Vertex AI) e o Multi-agent collaboration (em Preview na AWS Bedrock). O sucesso destes sistemas complexos depende do desenvolvimento de novas arquiteturas capazes de equilibrar a autonomia dos agentes com a supervisão humana e de modelos com a capacidade de inferência dinâmica, ajustando seu processamento à complexidade da tarefa.


Infraestrutura: Hardware Customizado, Serverless Escalável e Multicloud 2.0

As inovações em infraestrutura em 2025 concentraram-se na otimização da performance e na quebra de barreiras geográficas e de latência, impulsionadas pelo crescimento das cargas de trabalho de IA e pela inevitabilidade do modelo multicloud.

Otimização de Performance e Custo via Silício Customizado

A rivalidade entre os hiperescalares não se limita mais ao software e aos serviços de alto nível; ela se estende ao desenvolvimento de silício customizado (ASICs), que otimizam o desempenho e a segurança para cargas de trabalho específicas, especialmente em AI/ML.

O Google Cloud continua a liderar com suas Unidades de Processamento Tensor (TPUs), que são ASICs projetados internamente para acelerar cargas de trabalho de Machine Learning.9 As TPUs são fundamentais para o treinamento e a inferência de modelos massivos (como o Gemini) e são otimizadas para cálculos de matrizes. Complementando essa estratégia, o Edge TPU permite que a inferência de ML de alta precisão seja realizada na borda da rede (Edge), oferecendo baixa latência e baixo consumo de energia. Essa infraestrutura de ponta a ponta é crítica para a implantação de soluções de IA que dependem de respostas em tempo real.

Similarmente, a AWS investe pesadamente em chips como Inferentia (otimizado para inferência de Deep Learning e GenAI de alto desempenho e baixo custo) e Trainium (para treinamento).

No domínio da cibersegurança e isolamento de workloads, a Microsoft demonstrou um foco significativo em segurança de silício. Na frota Azure 2025, foram implementados novos módulos de segurança de hardware, incluindo Módulos de Segurança de Hardware (HSM) integrados e módulos Caliptra 2.0 Root of Trust (RoT). O objetivo dessa integração é isolar chaves criptográficas e cargas de trabalho no nível mais baixo da pilha, fora do alcance de VMs (máquinas virtuais), offloading tarefas de segurança para SmartNICs. Este movimento é uma resposta direta à crescente complexidade e sensibilidade das cargas de trabalho de IA, onde a confiança Zero (Zero Trust) deve ser estabelecida no próprio silício para garantir um isolamento criptográfico de baixa latência, crucial para proteger dados confidenciais processados por agentes de IA.

A Evolução do Serverless para Workflows Complexos

O modelo Serverless transcendeu a abordagem inicial de Function-as-a-Service (FaaS). Em 2025, o foco está em simplificar a experiência do desenvolvedor e elevar os limites operacionais para acomodar o streaming de dados e workloads pesados de IA.

A AWS, reconhecida como Líder no Forrester Wave: Serverless Development Platforms Q2 2025, lançou inovações que refletem essa mudança. O Lambda Response Streaming passou a suportar um payload máximo de resposta de 200 MB, um aumento de dez vezes, melhorando o TTFB (Time to First Byte) para aplicações sensíveis à latência, o que é diretamente aplicável à necessidade de servir payloads grandes de inferência de LLMs de forma mais eficiente. Além disso, o AWS Step Functions Distributed Map expandiu seu suporte para o formato JSON Lines (JSONL), facilitando a automação de workflows complexos de dados.

O Google Cloud, por sua vez, concentrou-se em tornar a infraestrutura serverless o host ideal para a lógica de orquestração de Agentes de IA. O Google Cloud Run agora facilita a implantação de aplicações desenvolvidas no AI Studio e suporta o Model Context Protocol (MCP), um padrão aberto que padroniza como os agentes de IA interagem com outras ferramentas. Isso demonstra que a infraestrutura serverless está sendo adaptada especificamente ao ciclo de vida dos Agentes de IA, tornando os servidores serverless a base para a orquestração de múltiplos agentes.

O Novo Paradigma Multicloud (Interoperabilidade Nível 1)

O modelo Multicloud evoluiu de uma estratégia de mitigação de risco (vendor lock-in) para uma estratégia de interoperabilidade de workloads de missão crítica. O Oracle Cloud Infrastructure (OCI) é um agente central nessa transformação.

Em 2025, a OCI solidificou sua estratégia de Multicloud Nível 1, anunciando a disponibilidade geral do Oracle Database@AWS e a expansão do Oracle Database@Google Cloud. Este é um movimento estratégico sem precedentes: co-localizar o Oracle Database (um ativo de dados fundamental para muitas grandes empresas) dentro dos datacenters dos concorrentes. O Oracle Database@Google Cloud expandiu o suporte para Oracle Exadata X11M e planejou 11 novas regiões, oferecendo automação de ciclo de vida de banco de dados e integração de baixa latência.

Esta interoperabilidade é facilitada por infraestruturas de conectividade de alto desempenho, como o Oracle Interconnect for Azure/Google Cloud. Essas conexões garantem que pilhas de aplicativos rodando em diferentes nuvens possam interagir e compartilhar dados com baixa latência, eliminando custos de refatoração e penalidades de desempenho para workloads complexos (como a integração de um ERP no OCI com aplicativos no Azure).23

Essa estratégia transforma o Multicloud em uma necessidade de mercado para empresas que dependem de ativos de dados legados, forçando a interoperabilidade. O desafio principal do Multicloud 2.0 passa a ser a Observabilidade Unificada e o Controle de Custos. A complexidade de rastrear desempenho e gastos em silos de nuvem exige a implantação de ferramentas que agregam telemetria entre provedores, como Azure Monitor, AWS CloudWatch, Oracle Cloud Observability, complementadas por plataformas de terceiros como Datadog ou New Relic.

A Arquitetura Distribuída (Edge, 5G/6G e Soberania)

A demanda por processamento em tempo real, impulsionada pela Internet das Coisas (IoT) e pela IA, acelera a adoção de arquiteturas de Edge Computing, integradas a redes de próxima geração (5G e 6G).

Edge Computing é um modelo de processamento descentralizado que trata as informações próximo à fonte de geração (sensores, dispositivos). Quando aliada à baixa latência e alta velocidade do 5G, essa arquitetura viabiliza aplicações críticas, como veículos autônomos (tomada de decisão instantânea), saúde conectada (análise imediata de dados médicos) e Indústria 4.0 (controle de qualidade em tempo real). Provedores de nuvem já vislumbram o futuro, com o Google Cloud explorando o potencial do 6G para gerenciar datacenters auto-reparáveis e orientados por IA. A capacidade de processar dados localmente, antes que cheguem à nuvem central, é crucial para a soberania de dados e para a eficiência operacional em ambientes industriais e urbanos.


Dados: Arquiteturas Adaptativas, Agentes e Formatos Abertos

O domínio de Dados em 2025 é caracterizado pela necessidade de arquiteturas mais flexíveis, descentralizadas e capazes de suportar a escala e a complexidade da IA Generativa.

O Impacto Estrutural da IA Generativa na Engenharia de Dados

A GenAI está redefinindo as práticas de engenharia de dados, transformando a forma como os dados são consumidos, governados e arquitetados.

Engenharia Aumentada por IA: Ferramentas de IA generativa, como assistentes de codificação e Large Language Models (LLMs), estão sendo integradas para automatizar tarefas de engenharia de dados, como varredura de vulnerabilidades, modelagem de ameaças e geração de código seguro.6 Essa automação aumenta a produtividade dos desenvolvedores de forma significativa.

Bifurcação de Modelos: O mercado de IA testemunha uma divisão entre mega-modelos com trilhões de parâmetros, projetados para problemas de alta complexidade, e modelos compactos. Estes últimos são mais eficientes, podem ser treinados localmente e estão democratizando a IA, tornando a eficiência da inferência (uso de chips customizados, conforme discutido na Seção 2.1) um fator de custo mais crítico do que o poder bruto de treinamento.

Governança de Agentes: A emergência de Agentes de IA autônomos levanta preocupações significativas. O risco de “alucinação” e de agentes ficarem presos em loops de decisão exige o desenvolvimento de novas arquiteturas para balancear a autonomia e a supervisão humana.6 Uma vez que os agentes dependem intrinsecamente de APIs para acessar dados e ferramentas, a segurança da API e a segurança da IA agêntica estão intimamente ligadas. Isso impõe uma redefinição do escopo da segurança de API para monitorar, analisar e bloquear ameaças que visam o comportamento autônomo dos agentes.

A Decisão Arquitetural de 2025: Data Fabric vs. Data Mesh

Em 2025, Data Fabric e Data Mesh se estabeleceram como as duas principais abordagens arquiteturais para gerenciar dados em ecossistemas complexos e distribuídos.

Data Fabric: Esta abordagem foca na criação de uma camada unificada e inteligente de integração de dados, aproveitando metadados, knowledge graphs e virtualização para fornecer uma visão única sem exigir a movimentação física dos dados. É ideal para organizações que exigem governança unificada e automação centralizada de pipelines de dados.

  • Implementação em Azure: O Microsoft Purview é a principal materialização do conceito Data Fabric no ecossistema Microsoft. Ele consolida segurança, governança e conformidade, atuando como uma ponte de metadados entre Azure, Microsoft 365 e o Microsoft Fabric (o ambiente Data Lakehouse unificado). O Purview Hub, lançado em Preview em Março de 2025, centraliza insights de governança para administradores, ajudando a gerenciar o estado dos dados e a distribuição de rótulos de sensibilidade.

Data Mesh: Esta é fundamentalmente um modelo operacional que trata os dados como produto, descentralizando a propriedade para equipes orientadas a domínio. Promove agilidade e responsabilidade na fonte, mas exige uma governança computacional federada para garantir padrões consistentes em toda a empresa.

  • Implementação em Google Cloud: O GCP Dataplex é a ferramenta central que facilita a construção do Data Mesh. Ele oferece um catálogo universal, zonas que representam domínios e equipes, e ferramentas de governança embutidas, como catalogação, rastreamento de linhagem e monitoramento de qualidade. A funcionalidade GA de descoberta automática e catalogação de metadados (lançada em Abril de 2025) é crucial, pois garante que a governança federada seja eficaz, mantendo a visibilidade e o controle sobre domínios autônomos.

Para ecossistemas empresariais altamente complexos, o modelo híbrido emerge como a solução mais prática. Essa abordagem integra o Data Fabric como a camada técnica de integração e gerenciamento de metadados, enquanto o Data Mesh é adotado como o modelo operacional de propriedade de domínio, buscando o melhor de ambos os mundos.

Comparativo das Arquiteturas de Dados Modernas (2025)

ArquiteturaFoco PrincipalModelo OperacionalGovernançaImplicações
Data FabricIntegração, Virtualização, Automação de PipelinesTécnico, Camada Unificada de DadosCentralizada, Dirigida por Metadados (IA) Ideal para controle unificado, risco de dependência arquitetural
Data MeshDados como Produto, Insights de DomínioOrganizacional, Propriedade Descentralizada por DomíniosFederada, Padrões definidos pela governança centralAumenta a agilidade; Desafio de alinhamento e consistência de padrões
Lakehouse (via OTF)Escalabilidade, Conformidade ACID e DMLsArmazenamento e ProcessamentoDistribuída (Dependente do Catálogo OTF)Substitui o DWH tradicional para novas cargas de trabalho

Formatos Abertos de Tabela (OTFs) e a Consolidação do Lakehouse

A consolidação do Data Lakehouse como a arquitetura de dados dominante é inseparável da ascensão dos Formatos Abertos de Tabela (OTFs), como Apache Iceberg, Delta Lake e Apache Hudi.

Funcionalidade e Custo: Os OTFs são cruciais para a próxima geração de data lakes porque suportam transações ACID e operações CRUD/DML.37 Isso resolve a principal deficiência dos data lakes tradicionais, que eram limitados a operações de SELECT, tornando-os inadequados para workloads transacionais.37 A capacidade de DMLs nos Lakehouses permite que novas pipelines de ETL sejam direcionadas diretamente para o data lake, aproveitando a significativa vantagem de custo do armazenamento de objetos sobre os Data Warehouses (DWHs) tradicionais.37 Além disso, a execução otimizada de consultas e o data pruning proporcionados pelos OTFs reduzem o custo de computação associado à consulta de grandes volumes de dados.

Neutralidade e Interoperabilidade: Os OTFs são arquitetonicamente engine-agnostic, integrando-se nativamente com motores de consulta como Spark, Trino e Flink, e funcionando perfeitamente sobre as soluções de armazenamento de objetos de todos os grandes provedores (Amazon S3, Azure Data Lake Storage e Google Cloud Storage). Essa flexibilidade permite que as organizações otimizem o motor de consulta para o workload específico, minimizando o vendor lock-in em longo prazo.

O principal desafio na adoção de OTFs em 2025 reside na escolha e padronização do Catálogo de Metadados, que é o componente essencial para gerenciar a consistência e o desempenho em escala.


Cibersegurança: Automação, Defesa em Runtime e Zero Trust

A cibersegurança em 2025 é definida pela mudança cultural para o Shift-Left e pela exigência de proteção ativa em tempo de execução, em um cenário onde o custo do cibercrime deve exceder US$ 10.5 trilhões anuais.

O Padrão Zero Trust Architecture (ZTA) como Fundamento

O Zero Trust (Confiança Zero) consolidou-se como o framework de segurança fundamental. O ZTA elimina o conceito de perímetro de rede interna confiável por padrão, exigindo verificação contínua, acesso de menor privilégio e micro-segmentação para cada solicitação de usuário ou dispositivo.

Elementos de ZTA: O modelo exige Autenticação Contínua baseada em avaliações de risco em tempo real; Gestão de Acessos e Identidade (IAM) aprimorada para garantir o menor privilégio, minimizando o raio de dano em caso de comprometimento; e Micro-segmentação rigorosa para compartimentalizar recursos e inibir o movimento lateral de ameaças.

A urgência dessa fundação foi tragicamente sublinhada pelo incidente de segurança relatado em Março de 2025 na OCI, onde um ataque alegou ter violado a infraestrutura e extraído mais de 6 milhões de registros sensíveis, incluindo hashes de senhas LDAP e chaves de Single Sign-On (SSO). Este evento serve como um lembrete crítico de que a proteção de identidade é o elo mais vulnerável e o ponto de partida para a implementação eficaz do Zero Trust.

DevSecOps: A Cultura Shift-Left de 2025

O DevSecOps tornou-se o “padrão ouro” para o desenvolvimento de software, priorizando a segurança desde as fases iniciais de codificação (Shift-Left) para evitar que vulnerabilidades cheguem à produção.26

Automação e IA/ML: A automação dentro do DevSecOps está crescendo significativamente, com a integração de IA e Machine Learning para tarefas como escaneamento automatizado de vulnerabilidades, uso de LLMs para geração de código seguro e previsão de ameaças, e modelagem automatizada de ameaças.26

Proteção da Cadeia de Suprimentos: Há um foco intensificado na segurança da cadeia de suprimentos de software (Software Supply Chain Security) e na eliminação de credenciais de longa duração. Além disso, a aplicação proativa da segurança Shift-Left estende-se à infraestrutura, com o escaneamento de templates Infrastructure as Code (IaC) (como Terraform e CloudFormation) para detectar misconfigurations antes que a implantação ocorra.

Proteção Cloud-Native em Tempo de Execução (CNAPP e eBPF)

Em 2025, o escaneamento e a detecção estática são considerados insuficientes. A defesa mais robusta é a proteção em tempo de execução (Runtime Security).

Adoção de CNAPP: Plataformas de Proteção de Aplicações Nativas da Nuvem (CNAPP) se estabeleceram como a arquitetura consolidada, combinando gerenciamento de postura de segurança (CSPM), proteção de workload (CWPP), segurança de Kubernetes (KSPM) e gerenciamento de direitos de identidade (CIEM) para uma segurança end-to-end.

O Papel do eBPF: Ferramentas avançadas de segurança estão alavancando o eBPF (Extended Berkeley Packet Filter) para monitoramento e aplicação de políticas de segurança dentro de workloads em execução, como contêineres e máquinas virtuais. O eBPF permite monitorar chamadas de sistema (syscalls) com alta performance e baixa sobrecarga, sendo essencial para o enforcement de Zero Trust em nível de processo, impedindo o movimento lateral e o abuso de privilégios.

Embora as ferramentas nativas dos hiperescalares (AWS Security Hub, Amazon GuardDuty, Microsoft Defender for Cloud) forneçam visibilidade essencial e avaliações de conformidade , as organizações mais conscientes da segurança estão complementando esses serviços com plataformas de terceiros (como AccuKnox ou SentinelOne) que oferecem enforcement em runtime e micro-segmentação fina baseada em eBPF para garantir o verdadeiro Zero Trust em ambientes dinâmicos.

O Desafio da Segurança de API na Era da IA Agêntica

A segurança de API se tornou um ponto crítico de risco em 2025, especialmente devido à proliferação de agentes de IA.27 Os agentes de IA interagem extensivamente com sistemas corporativos e dados através de APIs, expondo novos vetores de ataque.

A segurança da API está, portanto, intrinsecamente ligada à segurança da IA agêntica, exigindo que as equipes de segurança integrem medidas avançadas de proteção de API em suas estruturas de segurança de aplicação mais amplas. Isso inclui capacitar os agentes de IA com funcionalidades sofisticadas de monitoramento, análise e bloqueio para proteger tanto a lógica autônoma quanto os endpoints com os quais eles interagem.


Matriz de Inovação e Conclusão Estratégica

Em 2025, as inovações tecnológicas nos domínios de Infraestrutura, Dados e Cibersegurança convergiram, com a IA Generativa atuando como o catalisador que unifica essas três áreas. A infraestrutura (silício customizado e serverless) é otimizada para hospedar a lógica da IA Agêntica (Dados), e a Cibersegurança (Zero Trust e Runtime Security) é o requisito não negociável para proteger essa nova arquitetura distribuída.

5.1. Matriz de Inovação em Cloud por Hiperescalar (2025)

A tabela a seguir sintetiza as respostas e lançamentos dos quatro principais provedores de nuvem para as tendências mais significativas de 2025.

Matriz de Inovação em Cloud por Hiperescalar (2025)

Tendência ChaveAWS (Exemplos)Microsoft Azure (Exemplos)Google Cloud (Exemplos)Oracle Cloud (Exemplos)
Silício CustomizadoInferentia/Trainium (GenAI), GravitonSecurity Silicon (HSM, Caliptra 2.0 RoT)TPUs, Edge TPU (Gemini acceleration) 10Exadata X11M (para OCI/Multicloud)
Arquitetura de DadosBedrock Agents, Step Functions JSONLPurview, Microsoft Fabric (Data Fabric)Vertex AI, Agentspace, Dataplex (Data Mesh)HeatWave Lakehouse, GoldenGate
Serverless/PaaSLambda (streaming 200MB, local dev), Step FunctionsAzure Serverless Solutions, PaaS Wave 1 2025Cloud Run (Deploy de AI Studio/MCP support)Oracle Base Database Service (em Multicloud)
Cibersegurança (Enforcement)Zero Trust Enforcement, Runtime Security (via eBPF, ex: AccuKnox)CNAPP Adoption, Defender for Cloud, Entra ID (IAM)Shift-Left Security, CI/CD integration, SentinelOne/WizAccess Manager (OAM), Foco em IAM devido a incidentes
Estratégia MulticloudAWS Outposts, Oracle Database@AWS GA 20Azure Arc, Oracle Database Service for AzureGoogle Anthos, Oracle DB@Google Cloud 21Interoperabilidade Nível 1, Interconnect for Azure/GCP 23

O Mapa de Investimento para 2026

O panorama tecnológico de 2025 demonstra que a otimização de custo e a segurança reativa não são mais sustentáveis. O mapa de investimento para o próximo ciclo deve focar em cinco pilares estratégicos:

  1. Priorizar o Runtime Security e ZTA: O foco deve migrar da detecção de vulnerabilidades (visibilidade) para o bloqueio ativo de ameaças em tempo de execução. Isso exige a adoção de plataformas CNAPP que utilizam tecnologias como eBPF para aplicar políticas Zero Trust no nível de processo em workloads dinâmicos (contêineres e serverless).
  2. Investir em Interoperabilidade, Não Apenas em Portabilidade: As organizações devem alavancar as parcerias de Multicloud de Nível 1 (especialmente a co-localização de serviços de dados críticos como o Oracle Database@AWS e GCP) para construir arquiteturas que explorem o melhor serviço (best-of-breed) de cada provedor. Isso requer um investimento concomitante em ferramentas de Observabilidade Unificada para controlar custos e desempenho entre silos.
  3. Definir e Implementar a Arquitetura de Dados: A escolha ou a combinação de Data Fabric (para governança centralizada e metadata-driven, como o Microsoft Purview) e Data Mesh (para agilidade e propriedade descentralizada de dados como produto, como o GCP Dataplex) é essencial para suportar a escala da GenAI e a descentralização das equipes.
  4. Acelerar a Adoção de Formatos Abertos de Tabela (OTFs): A padronização em formatos como Iceberg e Delta Lake permite consolidar o Data Lakehouse, fornecendo conformidade ACID e DMLs ao armazenamento de objetos em nuvem. Essa estratégia de arquitetura aberta não apenas reduz custos de computação e armazenamento, mas também mitiga o risco de vendor lock-in em longo prazo.
  5. Governança de Agentes de IA e Segurança de API: É imperativo começar a construir estruturas de supervisão e segurança de APIs dedicadas a lidar com o comportamento autônomo dos Agentes de IA. O sucesso da IA agêntica depende de um modelo de segurança que possa monitorar e controlar as interações complexas e autônomas que esses agentes realizam.
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