A análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats) – em português – (Forças, Fraquezas, Oportunidades, Ameaças) tradicionalmente utilizada como uma ferramenta de planejamento estratégico nas esferas empresariais, tem se revelado uma poderosa aliada em diversos contextos. Creio que a usabilidade mais difundida seja para o caso da Amazon.
No entanto, como tentarei demonstrar abaixo, seu potencial vai além das planilhas de negócios e estratégias corporativas. Este artigo explora uma perspectiva inovadora da análise SWOT, na qual seus princípios são aplicados para desvendar e aprimorar a realidade das pessoas, focando em remover barreiras comportamentais e sociais que muitas vezes impedem os profissionais de atingirem todo o seu potencial. Pontuando intenções, resolvendo gatilhos e alinhando metas, apliquei, e quase sem querer, descobri como as conversas genuínas podem ser a base para o crescimento pessoal e o sucesso de uma equipe.
Antes, porém preciso destacar o que de fato o SWOT significa, para entendimentos mais amplos:
Caso você já conheça, pule para o próximo parágrafo.
Strengths (Pontos Fortes): São as características internas positivas da entidade em questão, coisas que ela faz bem ou recursos que possui, como uma equipe talentosa, uma marca forte, tecnologia avançada, boa reputação, etc.
Weaknesses (Pontos Fracos): São as características internas negativas, aspectos que a entidade precisa melhorar ou limitações que possui. Isso pode incluir falta de recursos, processos ineficientes, falta de habilidades específicas, entre outros.
Opportunities (Oportunidades): São fatores externos positivos que podem ser aproveitados pela entidade. Isso pode incluir mudanças no mercado, tendências favoráveis, novas tecnologias ou nichos de mercado em crescimento.
Threats (Ameaças): São fatores externos negativos que representam desafios ou riscos para a entidade. Isso pode incluir a concorrência acirrada, mudanças na legislação, instabilidade econômica, entre outros.
O fato ocorrido deu-se entre durante minha passagem pela hotelaria. Em dado momento um analista não estava performando a altura do que a gestão corporativa entendia ser o esperado. Após algumas longas conversas, os pares e gestor já não mais possuíam inputs de como ajudar o profissional.
Foi aí que eu tive a ideia de aplicar o SWOT em uma conversa franca para tentar entender o que se passava com o profissional. Entretanto para que a análise pudesse ser mais fiel aos fatos, dada a situação de já termos ameaças e pontos fracos em voga, iniciei fazendo o inverso e entendemos algo assim:
Threats (Ameaças): Me foi colocado que aparentemente os desafios que o profissional enfrentava na empresa na verdade começavam em sua residência somado ao longo tempo de deslocamento. Havia problemas familiares a serem resolvidos e que o translado de quase 50km estava deixando o profissional estafado e sem conseguir aplicar o foco devido nas tarefas, pois sempre se atrasava além do cansaço aparente.
Neste ponto utilizei perguntas como:
– Você está com algum problema pessoal que possamos ajudar?
– Existe algo ocorrendo em sua vida pessoal que precisa mais da sua atenção neste momento do que as tarefas da empresa?
Weaknesses (Pontos Fracos): entendemos que havia uma barreira familiar do profissional e que os membros da família pouco se falavam, salvo para abrir discussões sem fundamento chegando em alguns momentos até a agressões físicas. E este profissional, acabara presenciando a situação por diversas vezes sem ter como contribuir para que a situação fosse resolvida.
Neste ponto utilizei perguntas como:
– Você já pensou em sentar-se com eles para terem uma conversa franca e aberta?
– Do que exatamente você tem medo?
Strengths (Pontos Fortes): foi aí que começamos a abordar seus pontos fortes para jogar luz a um caminho para a solução. Conseguimos expor para ele mesmo que sua maior virtude era a integridade como executava as tarefas somado à responsabilidade além das diversas perguntas para esclarecer se o que estava sendo feito era realmente o que se pretendia que fosse feito.
Neste ponto utilizei perguntas como:
– Sabendo que você tem o dom de se comunicar e está enxergando a problema de fora, por que nunca tomou nenhuma atitude?
– Já tentou dar algum exemplo de fora da sua família para tentar mostrar a eles o que voces estão vivendo e como isso tem te atrapalhado?
Threats (Ameaças): Após algumas horas de conversa chegamos a cogitar que puxar os familiares para uma conversa aberta poderia gerar uma ameaça. Mas com o desenrolar da conversa conseguimos demonstrar que existem momentos e forma de abordar determinado assunto.
Neste ponto utilizei perguntas como:
– Você já pensou em sentar-se com eles para terem uma conversa franca e aberta?
– Em algum momento vocês se reúnem em tom de festa ou comemoração? Assistem filmes, novelas ou jogos juntos?
Apresentei os resultados da conversa para a gestão e após alguns feedbacks e até tempo livre para sanais tais problemas, o profissional demonstrou notável melhoria no desempenho e se tornou um defensor da comunicação aberta, assumindo uma postura proativa na resolução de tarefas pendentes. Além disso, demonstrou capacidade para absorver responsabilidades adicionais e desempenhar novas funções na equipe.
Espero que este relato-artigo possa ampliar a sua visão e ajudá-lo a compreender que nem sempre um profissional está errando de forma intencional. Muitas vezes, o profissional sequer percebe que está cometendo erros, pois carrega consigo uma carga emocional familiar muito significativa. Ter e manter uma equipe de alta performance requer, acima de tudo, boas conversas.
Pontue intenções!
Ajude os demais a resolver seus gatilhos!
Alinhe metas!
Alavanque o desempenho de sua equipe!
Gosto muito da frase que caracteriza o SWOT como “talentos que encontram oportunidades.”
Você já considerou como a análise SWOT comportamental e social pode influenciar positivamente sua vida e sua equipe?